sexta-feira, 25 de março de 2011

A Camiseta do Bem

Ser lembrado de forma positiva é uma das sensações mais queridas que se pode ter. Aconteceu comigo essa semana. E confesso que não é sempre que isso acontece, muito embora amigas de longa data sempre me procuram (mais virtual do que pessoalmente, por causa da distância e do tempo curto).
Mas enfim, semana passada recebi pelo Correio um livro lindo escrito pelo amigo e advogado Oscar Pinto Jung, lá da minha terra natal (Santo Ângelo). Fiquei tão, mas tão feliz que naquele mesmo instante comecei a saborear as páginas de “60 Crônicas” e não parei mais.
Leitura edificante, baseada na doutrina espírita, citando não só nomes de pessoas que moraram ou moram na capital das Missões, como também citando lugares, ruas, esquinas da terrinha, onde passei dias de felicidade/simplicidade.
Impossível não se emocionar com cada texto, cada parágrafo...é como um túnel do tempo, capaz de levar o leitor a lugares permeados de docilidade e paz. Histórias curiosas também estão por lá. Histórias verídicas, mesmo para aqueles que não acreditam que a vida vai além daqui...muito além.
Ler “60 Crônicas” é como passar bons minutos ao lado de queridos amigos...
Num mundo, onde infelizmente é mais fácil ser criticado, do que elogiado...saber que fui mencionada na obra do querido Oscar, valeu muito! O conheci na década de 80, na Sociedade Espírita Amor ao Próximo. Na ocasião, eu tinha 7 anos e fui acompanhada de minha querida tia Ruth Moraes e minha mãe. Ao ver aquela figura pacífica, amigável...vi logo que se tratava de alguém que vestia a camiseta do Bem...
Grande abraço pra você e para outras PESSOAS DO BEM:
- Jana Nunes Sauer (obrigada pelo bilhete carinho e pelo envio do livro!!!)
- Marla Somavilla
- Janaína Penna
- Nato Dias
- Alci de Moura
- Dali Lopes
- Ana Marques
- Carmen Lima (União Espírita Porto-alegrense e toda a turma da tardes de sábado!!!)

quinta-feira, 24 de março de 2011

" Amor vem de amor. Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que  cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força. Amor vem de amor. Vem de mãos estendidas. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra. É delicadeza viva forte violenta. "
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(Guimarães Rosa)


A Paz (texto de Daiana Franco)

 
A pior coisa que um ser humano pode fazer ao outro é lhe roubar a paz de espírito.
Não há castigo maior nem maldição mais tormentosa do que retirar a tranquilidade, a ingenuidade e a leveza da vida de alguém, ainda que de forma involuntária.
Quem perde a paz de espírito ganha de presente uma caixa de Pandora: muita malícia, muita desconfiança, envenenamento da alma, pouca dignidade, um mundo em preto e branco. Quem nos leva a paz carrega junto as tintas da nossa vida.
Sempre achei que as pessoas são um mal necessário a suportar, salvo cada vez mais raras exceções, e a regra geral só confirma o que eu penso: que ninguém mais tem qualquer pudor em atropelar os outros e em causar-lhes problemas e preucupações, porque a única coisa que interessa é o salve-se quem puder. Se determinada situação é boa para mim e me dá um prazer incrível, pouco ou nada importa que no seu rastro venha uma horda de suplícios a quem quer que seja. Aliás, isso até cataliza, potencializa o meu próprio prazer, me dá a falsa sensação de poder e superioridade. Isso é a vida, pessoal. O mundo é isso aí que a gente vê todos os dias desde que passamos a dar uma bela banana para quem ousa atravessar nosso caminho.
Qual o sentido de viver assim? Qual o sentido de conviver? Por que insistimos tanto na busca da companhia dos outros? Que vício é esse que nos coloca em contato com quase certamente vai tirar nosso bem mais precioso, que é o bem estar?
Não sei essas respostas; pronto, fui reprovada no teste final do último bimestre desse ano. Ainda assim, tenho a leve suspeita de que aqueles que mais nos tiram a paz são os mais desconfortáveis na própria pele e com as vidas que levam. Querem nos roubar tudo: a capacidade de acreditar nos outros e de confiar. Querem matar nossa inocência e, parabéns, estão conseguindo.
Quem já passou por uma situação dessas não deve jamais pretender um dia voltar a ser o que foi antigamente, a um tempo em que conseguia fazer de conta que a vida é bela. Pelo contrário: quem se calejou com a perda da paz deve dar-se conta das más escolhas que fez, da exato ponto em que permitiu que algo ou alguém tomasse conta do seu território e assumisse o controle da situação em seu lugar. Mas, vejam bem, não há vítimas; somos todos predadores.
Há certas verdades que são universais, e uma das mais importantes é a parábola budista do presente recusado. Disse Buda a um sujeito que o agrediu: "Filho, se um homem recusar um presente que lhe é oferecido, a quem deveria pertencer?" O homem respondeu: "Nesse caso, de-veria pertencer a quem o ofereceu." "Meu filho", continuou Buda, "tu criticaste-me duramente, mas eu recuso-me a aceitar a tua ofensa, peço que a guardes para ti. Não será isso uma fonte de miséria para ti?"
Então é isso: recuse as maldades que lhe foram enviadas. Abra os olhos, perceba-as, mas ao mesmo tempo enxergue o pouco de verdadeiramente bom que sobrou e se dedique com afinco ao seu cultivo. Perca a pureza, faça esse favor a si mesmo. A pureza há muito tempo só existe nas crianças e, nos adultos, só os ilude e deixa pateticamente cegos. Livre-se dela, mas não totalmente da fé na vida. Conte apenas consigo mesmo, sem depositar nos outros a sua felicidade: não é lá que ela vai se esconder.
Quando desejo a certas pessoas especiais- que certamente se reconheceram neste texto- que nesse novo Ano recebam muitas bençãos de paz, falo sério: desejo o que de melhor se pode destinar a um semelhante, que é a libertação de qualquer pena de galés moral. Que essas criaturas, minhas poucas eleitas, experimentem uma vida de júbilo sem o peso do sacrifício alheio.
Acreditem: é o máximo de bem dentro de mim que consigo dar a alguém, justamente por ser aquilo que mais desejo internamente.
 
(Daiana Franco)
 
 

quarta-feira, 23 de março de 2011

"Ando muito comprometida com as essências e com o respeito súbito. Não vejo menores importâncias, vejo acontecimentos. E tenho olhado para as coisas sem aquela grande gravidade. Tudo em mim tem sido esta disposição para o amor. E, se vocês pudessem me ver agora, veriam, existe carícia até no meu olhar."


terça-feira, 22 de março de 2011

Outono, abandono e afeto

A semana mal começou. O Outono também. Essa nova estação tem disso, parece que une mais as pessoas dentro e fora de cafés e livrarias. Dentro e fora de casas e “apês”. Acho até que as demonstrações de afeto são mais nítidas...Demonstrações de falta total de afeto também. A gente acorda cedo, prepara o café, se arruma, pausa para ler o jornal, para ver um pouco de tv. Aí vira a página e vê cenas que seria bem melhor não fossem verdades. Mas é...
Você se depara com notícias assim:

“Bebê é encontrado, abandonado, dentro de uma caixa de sapatos”
"Corpo de bebê é encontrado em valão, na zona Norte de Porto Alegre"

E por aí vai...

Então eu respiro bem fundo, achando que o mundo tá cada vez mais louco mesmo. Tá cada um por si, cada um com suas convicções e difundindo (infelizmente) o egoísmo. Eu faço o (im)possível para não ser desse time. Quero somente paz pra todo mundo. E amor suficiente para prosseguir...
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Hoje, como quase sempre faço, entrei no blog do Carpinejar, e lá me deparei com essa frase:

 Na tristeza, o travesseiro é o mais leal dos colos.”

 Aí, andei pensando sobre isso, enquanto caminhava pelas ruas. Antes que a tristeza realmente nos invada e nos machuque, antes que somente o travesseiro possa ser o único consolador...vale ainda mais um esforço de se abrir com alguém, sobre qualquer coisa que perturbe as horas. Vale abraços, e-mails, telefonemas, convite para um cafezinho ou um doce, passear por aí sem rumo. Sem rumo...
Mais dia, menos dia a gente vai se deparar com a tristeza, vai se comunicar com ela. Isso é inevitável.


Beijo para o escritor e amigo de longa data, Oscar Pinto Jung (recebi seu livro de crônicas, ontem, e adorei. Leitura obrigatória e edificante). Beijo para a mais nova amiga virtual (e desejo q pessoal tb), Daiana Botelho Franco, também de Santo Ângelo, que escreveu um texto liiiiindo sobre maternidade. Logo, peço licença para a dona e posto aqui...

Todo sentimento

Desde ontem não sai da minha cabeça aquela música do Chico que fala num tempo de delicadeza...

"Todo Sentimento", pra mim, é uma das letras mais queridas. De uma doçura total...

O Outono tem um pouco dessa delicadeza tb...


Dia de Outono, em Porto Alegre.

                                                                                                                          Tempo de delicadeza...

terça-feira, 15 de março de 2011

“Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas.”

(Martha Medeiros)

“O momento é sempre adequado para fazer o certo”.

(Martin Luther King)

“Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais”.

(Augusto Cury)

“Não há nada que substitua o sabor da comunicação direta”.

(Mário Quintana)


E o beijo de hj vai para a amiga Dani M.Fuga q resumiu bem o grande (pelo menos para mim), Caio F.:
"Muitos jovens se interessam pelo Caio porque ele jogava com uma certa vontade transgressora e, ao mesmo tempo, contrabalançava com um discurso de afeto. Ele se dirige muito a quem é inquieto, crítico, tem talento artístico e a quem é intenso... e passional ".

Bjos tb pra Ká Emmel, pra Carla Castanho, Dege Cavalli, Jana Sauer, Daia Donadel e Alci de Moura!!!!


segunda-feira, 14 de março de 2011

Falta uma semana

Hoje acordei e parecia Outono. Não era mais aquela manhã de Verão. Mesmo ainda sendo. E sendo assim, tratei logo de passar um café. O relógio marcava 6 horas e 55 minutos.
Era uma manhã para se ficar olhando pela janela, procurando algum vestígio, alguma luz que indicasse folhas secas e casaquinho meia-estação.
Eu não gosto muito de extremos. Não sou totalmente fã das altas temperaturas, nem das geadas de Inverno. A não ser que eu esteja na praia ou na piscina, ou perto de uma lareira, aquecedor e/ou cobertor (de orelha, inclusive).Gosto dos dias cheios de cor (da Primavera) e das sutilezas que só os dias de Outono proporcionam.

Falta uma semana para o Outono...

Mais capucinno, mais café expresso, mais leituras obrigatórias, mais folhas secas, mais sol de fim de tarde, mais chima na Redenção, mais abraços...por favor!



sexta-feira, 11 de março de 2011

Curtinhas

Alegria óbvia de mãe:

Ver Carolina indo pra aula, feliz. Antes de partir, beijo suas mãos, cabeça, rosto. E quando já está dentro do transporte, atiro "beijos voadores".

Alegria óbvia de mãe e filha I:

Exposição da boneca Barbie no Iguatemi. Pra Carol e pra mim tb (dãããã).

Alegria óbvia de mãe e filha II:

Final  de  semana para ver Justin  Bieber e Gnomeu  e Julieta no cinema. E  mais um  saco de guloseimas.

Beijos...

terça-feira, 8 de março de 2011


“E de repente, percebi a necessidade de cuidar dessa coisa difícil: o prefácio. Uma emboscada danada, afinal, como se faz para divagar em algumas linhas o mundo inteiro de palavras que exponho aqui?... Sou assim:o óbvio e a surpresa, vértebras e aventuras. De visão simplista sobre as coisas, de visão gigante do mundo. Atribuí a mim mesma a tarefa de desenhar com letras e instinto sobre algo ilógico: minha vida. A vida não é lógica, intuo, interpreta-se como bem quiser os sentimentos, as fases, as reviravoltas, os encontros... O instante agora é tempo de apreciação para mim, deleitar-me-ei ao que preciso for... Pingos, pontos, vírgulas, temas furtivos. Metáforas e pés da letra. Me plurifico com o passar dos dias, e por isso mesmo me sinto cada vez mais singular. Descubro-me cheia de estrofes, travessias e travessões. Sou feita de palavras, regurgitando textos, acentos e sensações. Versos... convulsões!”
          (Lai Jociene)


 


Estou sempre com o coração atento e tento ver com clareza. Posso parecer tola às vezes. Indelicada tb.Mas me perdoe. Tenho TPM, mas tenho um vínculo enorme com a doçura e com a simplicidade.Eu respeito suas ideias. Vc, as minhas. Assim, vamos.
(Beta Nunes)

Queria saber tocar algum instrumento, ser desinibida o suficiente para subir num palco, e cantar/encenar qualquer coisa. Mas não tenho voz suficiente, nem tempo. Queria ser melhor dona-de-casa, mas é raro estar em casa. Corre o tempo nos relógios. Me vejo louca quase sempre. Mas vem o afeto e me salva. E me basta.

(Beta Nunes)



quinta-feira, 3 de março de 2011

amor.com.br

Para a cabeça: cafuné
Para os ouvidos: boas novas
Para os olhos
: imensidãoPara a boca: beijo
Para a cabeça:
liberdadePara o peito: suspiros
Para as mãos: carinho
Para o quadril: música
Para os medos:
soluçãoPara os pés: asas
Para nós: amor

terça-feira, 1 de março de 2011

Entre abraços

“Na cabeça, Vi. No coração, Vi. Uma homenagem ao meu filho Vicente que completa hoje nove anos e amanhã parte para a quarta série. Vicente é meu contrário: cabelos compridos, tímido, silencioso, não gosta de tumulto e prefere ficar em casa.”

(Fabricio Carpinejar)


Todo mundo, ou quase todo mundo sabe que eu sou fã do Carpinejar. Adoro o jeito leve, despojado, irreverente, às vezes irônico como ele conduz seus textos, como ele vai equilibrando as palavras dentro de uma frase. Adoro quando ele fala do amor que nutre pelos filhos, pela companheira, pela vida.... Uma coisa temos em comum (olha eu, me comparando – rsrsrs). Mas o negócio é o seguinte: qdo o tema são filhos...aí todo mundo que tem um (de sangue ou do coração), sabe bem como funciona:

É de se passar horas falando sobre como é bom nos dedicarmos a eles. Como é bom aquela maozinha doce nos fazendo um carinho. Como é bom o abraço necessário (e que muito adulto não dá, muitas vezes por orgulho, vergonha ou comodismo). Criança não...O mecanismo infantil funciona assim: sem máscaras. Os abraços são tão expontâneos quanto respirar, os "não abraços" também. Ora estão a fim de abraçar, ora não. Já aconteceu várias vezes da Carol “trancar o pé”, ou os braços e não abraçar porque não “tava a fim”. Na hora a gente sempre quer o afeto nítido do filho ou da filha, sinal de boa educação, de boa criação. Mas, apesar de todas as regras sobre bom comportamento, os filhos, expontaneamente, muitas vezes se limitam a demonstrações rápidas de afeto. Já me disseram: “Deixa, não adianta forçar...” E estou aprendendo a respeitar o tempo de cada um.

Mas voltando as palavras do Carpinejar...Ele diz que o filho Vicente, é o seu oposto: tímido, silencioso, prefere ficar em casa...
Carol, em partes, também tem um temperamento diferente do meu. Afinal de contas, somos todos indivíduos distintos.
Me lembro quando eu era pequena, adorava cumprimentar as pessoas. Puxar assunto, então, era comigo mesma. Falava até com plantas (rsrsrs). Mas Carolina não. Em certos momentos é mais introspectiva, mais sensível que eu, gosta de brincar sozinha, e não é chegada a “ois” e “olás” automáticos, tanto no prédio onde moramos, ou quando encontro alguma amiga. O desenrolar dos cumprimentos vem minutos depois...

O jeito é não forçar. Não cobrar porque a pessoa tem um determinado jeito, um posicionamento, e a gente tem outro. Ok. Ok. Eu estou em constante treinamento emocional pra isso. Aceitar as diferenças. Entender que todo mundo tem coisas lindas para ofertar, e defeitos também. Crianças, adultos e idosos.

Uma semana doce pra vc!