terça-feira, 1 de março de 2011

Entre abraços

“Na cabeça, Vi. No coração, Vi. Uma homenagem ao meu filho Vicente que completa hoje nove anos e amanhã parte para a quarta série. Vicente é meu contrário: cabelos compridos, tímido, silencioso, não gosta de tumulto e prefere ficar em casa.”

(Fabricio Carpinejar)


Todo mundo, ou quase todo mundo sabe que eu sou fã do Carpinejar. Adoro o jeito leve, despojado, irreverente, às vezes irônico como ele conduz seus textos, como ele vai equilibrando as palavras dentro de uma frase. Adoro quando ele fala do amor que nutre pelos filhos, pela companheira, pela vida.... Uma coisa temos em comum (olha eu, me comparando – rsrsrs). Mas o negócio é o seguinte: qdo o tema são filhos...aí todo mundo que tem um (de sangue ou do coração), sabe bem como funciona:

É de se passar horas falando sobre como é bom nos dedicarmos a eles. Como é bom aquela maozinha doce nos fazendo um carinho. Como é bom o abraço necessário (e que muito adulto não dá, muitas vezes por orgulho, vergonha ou comodismo). Criança não...O mecanismo infantil funciona assim: sem máscaras. Os abraços são tão expontâneos quanto respirar, os "não abraços" também. Ora estão a fim de abraçar, ora não. Já aconteceu várias vezes da Carol “trancar o pé”, ou os braços e não abraçar porque não “tava a fim”. Na hora a gente sempre quer o afeto nítido do filho ou da filha, sinal de boa educação, de boa criação. Mas, apesar de todas as regras sobre bom comportamento, os filhos, expontaneamente, muitas vezes se limitam a demonstrações rápidas de afeto. Já me disseram: “Deixa, não adianta forçar...” E estou aprendendo a respeitar o tempo de cada um.

Mas voltando as palavras do Carpinejar...Ele diz que o filho Vicente, é o seu oposto: tímido, silencioso, prefere ficar em casa...
Carol, em partes, também tem um temperamento diferente do meu. Afinal de contas, somos todos indivíduos distintos.
Me lembro quando eu era pequena, adorava cumprimentar as pessoas. Puxar assunto, então, era comigo mesma. Falava até com plantas (rsrsrs). Mas Carolina não. Em certos momentos é mais introspectiva, mais sensível que eu, gosta de brincar sozinha, e não é chegada a “ois” e “olás” automáticos, tanto no prédio onde moramos, ou quando encontro alguma amiga. O desenrolar dos cumprimentos vem minutos depois...

O jeito é não forçar. Não cobrar porque a pessoa tem um determinado jeito, um posicionamento, e a gente tem outro. Ok. Ok. Eu estou em constante treinamento emocional pra isso. Aceitar as diferenças. Entender que todo mundo tem coisas lindas para ofertar, e defeitos também. Crianças, adultos e idosos.

Uma semana doce pra vc!



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